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  • Foto do escritorChristina Brazil

Parabéns Inclusão: Casos e “Causos”!!!

Atualizado: 13 de abr. de 2020


Uma moça sentada à mesa contando parabéns com quatro velas acesas.

Hoje faz quatro anos que publiquei meu primeiro texto no blog Inclusão: Casos e “Causos”!!! (Tunblr), escrevi sobre como vejo o mundo. Nestes quatro anos vivi muitas aventuras (casos) e contei meus causos. Sinto que minha escrita também seguiu seu rumo e quando leio alguns escritos, sinto um doce saudosismo. Viver não é tarefa fácil, mas olhar para trás e ver o quão andamos, mesmo ainda sentindo a dor da jornada, é algo de valor inestimável.

Neste site (Wix) (re)publico textos com desenhos e/ou fotos de minha autoria e hoje, com algumas adaptações, transcrevo o texto comemorativo dos três anos de blog* (Tumblr), embora tenha mudado de endereço, a ideia filosófica continua intacta pois:

Hoje pinto sonhos

Sigo o rastro das estrelas

Abraço as nuvens

Vejo o translúcido

Vivo o inimaginável...

Viver é uma arte indescritível em sua totalidade, estar no mundo, de forma consciente e ativa, requer força e astúcia. Desde que me dispus a compartilhar meus casos e “causos”, minha vida, minha consciência, meu compromisso de ser/estar/sentir o/no mundo de modo ativo tomaram novos rumos. A jornada de quem é, ou se dispõe a ser, diferente, fazer a diferença, normalmente vem carreada por inquietações e anseios.

Em um mundo em que todos lutam ferozmente por sua sobrevivência física, emocional e social, quem tem algum estigma normalmente vive à margem. Hoje sinto que vivemos em um eterno embate, muitas vezes por coisas triviais, por atenção, status, ou até mesmo por banalidades, como em tempos de guerra, no qual agarramos tudo o que podemos, e o outro, no íntimo, é um inimigo/adversário em potencial.

Em meio a esse caos existem iniciativas, como este blog, que buscam transformar a vida, torná-la digna e verdadeiramente humana, mesmo que seja imperceptível aos olhos da multidão.

Participei de uma destas iniciativas no mês de maio de 2016, um curso de extensão de Empreendedorismo Social, que dentre seus objetivos, buscou mostrar aos estudantes, empreendedores da baixada fluminense, no estado do Rio de Janeiro, que ações sociais podem ser eficazes na transformação da realidade de grupos socialmente excluídos.

Em uma das atividades propostas no curso, escrevemos um projeto individual e depois outro em grupo. Quando abrimos para discussão muitas ideias bacanas surgiram, mas observei que a pessoa com deficiência era invisível.

Nossa!!! Eu era invisível ali!!!

No meio de tantas pessoas excluídas ninguém citou a pessoa com deficiência. Diante do que percebi, falei do meu projeto individual e comentei a repeito dessa impressão. O bacana, e triste ao mesmo tempo, é que algumas pessoas fizeram uma excelente reflexão e admitiram essa invisibilidade (ou esquecimento), algumas, inclusive, citaram que tinham parentes com deficiência.

Depois desse curso fiquei atenta e comecei a observar que quando se fala em “social”, no senso comum, estão implícitas as questões das desigualdades econômicas, de gênero; problemas com drogas, desajustes sociais; racismo dentre outras, mas a pessoa com deficiência se torna invisível.

Vejo que as iniciativas voltadas à inclusão da pessoa com deficiência sempre são isoladas, “especiais”, e eu sempre me questiono se isso é uma forma de exclusão e discriminação.

Mesmo sem esta resposta sigo meu caminho...

Encerro este texto com a metáfora das Estrelas-do-Mar.

Metáfora: estrelas-do-mar**

Era uma vez um escritor que morava em uma praia tranquila, próxima a uma colônia de pescadores. Todas as manhãs ele caminhava à beira-mar para se inspirar e, à tarde, ficava em casa escrevendo.

Certo dia, ao caminhar pela praia, viu ao longe um vulto que parecia dançar. Ao chegar perto, reparou que se tratava de um jovem que recolhia estrelas-do-mar da areia para, uma a uma, jogá-las de volta ao oceano, além das ondas.

– Por qual motivo você está fazendo isso? – perguntou o escritor.

– Você não vê? – respondeu o jovem, ao apanhar alegremente e jogar as estrelas ao mar – A maré está vazando e o sol brilha forte. Elas vão ressecar e morrer se ficarem aqui na areia.

O escritor espantou-se com a resposta e disse com paciência:

– Meu jovem, existem milhares de estrelas-do-mar espalhadas pela praia. Você joga algumas poucas de volta ao oceano, mas a maioria vai perecer de qualquer jeito. De que adianta tanto esforço? Não vai fazer diferença!

O jovem abaixou-se e apanhou mais uma estrela na praia, sorriu para o escritor e disse:

– Para esta aqui, eu fiz a diferença. – e jogou a estrela de volta ao mar.

Naquela noite o escritor não conseguiu escrever, nem sequer dormir. Pela manhã, voltou à praia, procurou o jovem, uniu-se a ele e, juntos, começaram a jogar estrelas de volta ao mar.

Caro leitor,


Agradeço por este tempo que estivemos juntos em ideias e pensamentos.


Boa semana.


_________

Notas:

* O texto original foi publicado com o título: “3 anos de Tumblr!!! Parabéns Inclusão: Casos e ‘Causos’!!!” em 25/09/2016 no Tumblr (http://inclusaocec.tumblr.com/ ).

** Disponível em: http://www.1234voce.com.br/public/metafora-estrelas-do-mar/

*** Imagem: foto de Christina Brazil (Aniversário)


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