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Foto do escritorChristina Brazil

Têmeno da Alma.

Atualizado: 2 de mar. de 2022


A imagem é de uma mandala com fundo azul.

Certa vez li no livro O Poder do Mito de Joseph Campbell (1990) que os “poetas são simplesmente aqueles que adotaram, como profissão e como estilo de vida, o estarem em contato com a própria bem-aventurança (p. 126).

Ao ler este excerto entendi que a bem-aventurança é como se fosse um estado de/do Ser. Não é uma linha de chegada, um lugar, na qual miramos nosso olhar e a perseguimos. Acredito que este estado esteja dentro de nós e que é dinâmico, é um momento eterno em si.

O eterno, segundo Carlos Drummond de Andrade (1993, 55) é “tudo aquilo que dura uma fração de segundo, mas com tamanha intensidade, que se petrifica e nenhuma força jamais o resgata”.

E como Alice perguntamos:

Alice: Quanto tempo dura o eterno? Coelho: As vezes apenas um segundo (CARROLL, 1865).

Uma das grandes questões da humanidade é: como alcançar a bem-aventurança? Ainda citando Campbell (1990), e aceitando a sugestão deste autor para alcançar a bem-aventurança, subscrevo: “Vá aonde seu corpo e a sua alma desejam ir” (p.125).

Pensando nisso, me pergunto: onde meu corpo e minha alma querem estar?

Fecho meus olhos e ouço uma Boa Música, deixo-a entrar... tomar conta do meu corpo. Seus acordes reverberam em minhas células. Meu “todo” se harmoniza em um ritmo musical.

Os instrumentos ecoam as vozes da Plenitude de quem a compôs. Escuto e sinto esta mensagem e nossas Almas se tocam em outra dimensão. De Alma para Alma, em uma Dimensão na qual não há fronteiras linguísticas, étnicas, físicas, espaciais e/ou temporais.

Existe apenas o momento, a eternidade dos acordes. O ser/estar/sentir no mais profundo estado de Plenitude: a Bem-Aventurança.

Com esta escuta construo o mais sagrado dos têmenos, neste não há tempo, não há lugar. Há uma Alma que pulsa, que dança, que canta.

A Alma é capaz de ser/estar/sentir além das fronteiras físicas, ela vai além... isso se pensarmos que a Bem-Aventurança é um movimento, um estado que ecoa das mais recônditas dimensões da Alma à realidade experienciada.

Boa semana.

Referências:

ANDRADE, Carlos Drummond. Fazendeiro do ar. In: ______. José / Novos poemas / Fazendeiro do ar. Rio de Janeiro: Record, 1993. p.33-69.

CAMPBELL, Joseph. O Poder do Mito. Tradução de Carlos Felipe Moisés. São Paulo: Palas Athena, 1990.

CARROLL, Lewis, Alice no País das Maravilhas, 1865.


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