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  • Foto do escritorChristina Brazil

Viver uma Ideia

Atualizado: 13 de abr. de 2020

em uma mesa, dois copos com lápis de cor e uma caixa de som ao fundo, uma lupa em cima de um desenho inacabado de uma mandala e em primeiro plano, uma xícara de café.

Ontem recebi uma mensagem de um amigo (que é personagem em um dos meus textos) perguntado se eu ainda estava escrevendo e imediatamente me lembrei de um texto antigo: Uma Ideia*. Neste texto escrevi sobre uma atividade que participei que tinha por proposta relatar da(s) ação(ões) que cada um fez em seu dia-a-dia, naquele ano, qual fez “a diferença” no seu trabalho.

Quase quatro anos depois te reconvido a pensar comigo: o que eu/você faço/faz, em meu/seu dia-a-dia que faz “a diferença”? Mas hoje, lanço mais uma reflexão: faz “a diferença” para quem?

É preciso relembrar que, durante a atividade narrada no texto de 2014, quando chegou a minha vez, eu estava com o “coração palpitante, mãos trêmulas, cabeça a mil: o que falar?! Ser politicamente correta ou falar a verdade nua e crua sem papas na língua? Falar bonito e impressionar ou confrontar e desestabilizar? Não importaria o que eu fizesse ou dissesse, defenderia uma ideia.” Eu defendi!!! Eu disse: – Eu defendo uma ideia.

Mas hoje vou além, digo que vivo de forma significativa essa ideia, para além de uma vida automata, ou seja, busco estar presente no momento em que algo acontece, atribuindo um significado a cada instante vivido.

É através da arte que busco materializar a ideia que defendo há tantos anos, em um movimento que começa dentro de mim, por meio de desafios, e como disse Jallaludin Rumi (apud NACHMANOVITCH, 1993, 79): “Novos órgãos da percepção passam a existir em consequência da necessidade. Portanto, ó homem, aumenta tuas necessidades e poderás expandir tua percepção.”

Hoje procuro dar voz à minha Alma, posso garantir que ela tem muito a dizer e antes de me preocupar em provar ao mundo qualquer coisa, e lembro que

Somos analogamente convocados à grandeza da alma, à embriaguez da ação. Descobrir e seguir a nossa paixão, aquilo que nos toca tão profundamente, que fere ao mesmo tempo que conforta, favorece a individuação, arrancando da profundezas nosso potencial. [...] Viver apaixonadamente nos renova quando a antiga vida se tornou trivial. Viver apaixonadamente é a única maneira de amar a vida (HOLLIS, 1995, p.147).

Em meus estudos li que James Hollis afirmava: “Siga sua paixão” e Joseph Campbell: “Siga sua felicidade”, que em resumo quer dizer que: “onde quer que você esteja, se estiver no encalço da sua bem-aventurança, você estará desfrutando aquele frescor, aquela vida intensa dentro de você, o tempo todo,” (CAPMPBELL & MOYERS,1990, p.128) e esta premissa vai muito além dos estereótipos e estigmas que a sociedade forja em nossos corpos, uma “deficiência” que não pertence a nossa Alma.

E da(s) ação(ões) que faço em meu dia-a-dia, qual faz “a diferença”?

Defendo uma ideia simples... uma ideia justa...

Que nasce do coração...

Sigo minha bem-aventurança!

Talvez essa seja a diferença.

Notas:

* O texto “Uma ideia” foi publicado em 28/12/2014 no Tumblr (http://inclusaocec.tumblr.com/).

Referências:

CAMPBELL, Joseph, MOYERS, Bill. O Poder do Mito. Tradução de Carlos Felipe Moisés. São Paulo: Palas Athena, 1990.

HOLLIS, James. A Passagem do Meio: da miséria ao significado na meia-idade. São Paulo: Paulus, 1995.

NACHMANOVITCH, Stephen. Ser Criativo – o poder da improvisação na vida e na arte. São Paulo: Summus, 1993.


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